Ministério da Agricultura construirá complexo para treinamento de cães farejadores da Vigilância Agropecuária
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) apresentou, em 5 de outubro de 2021, o local onde será o futuro complexo para a atuação do Centro Nacional dos Cães de Detecção (CeNCD). Conforme informações de Carlos César Floriano, CEO do Grupo VMX, “O Centro será construído em Brasília, com 17 mil metros quadrados, especialmente destinados aos animais”, explica.
O objetivo é aumentar a disponibilidade de espaço físico para o alojamento e treinamento de um número maior de cães farejadores que atuam na fiscalização agropecuária brasileira em portos, aeroportos e postos de fronteira.
Com capacidade para treinar num mesmo ciclo 11 cães, o centro de treinamento reunirá oito prédios com estrutura para o ensino e treinamento dos animais, além de canis, laboratório de faro, depósito e área administrativa. “As áreas livres também fazem parte do complexo e serão utilizadas para o manejo de baixo estresse e o enriquecimento ambiental”, diz Carlos César Floriano.
O complexo da CeNCD não será apenas um canil, mas sim, um centro de treinamento de difusão do conhecimento, propagação de bons serviços prestados e produção de materiais científicos.
As ações para implementação da primeira etapa, que consiste no canil de observação com oito baias, já começaram e a previsão de licitação da obra deve ocorrer ainda este ano. Segundo Carlos César Floriano, “A entrega de todas as etapas do complexo e a inauguração estão previstas para 2023”, comenta.
Carlos César Floriano explica a atuação dos cães farejadores
Os cães farejadores atuam na Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) para evitar a entrada de pragas e doenças no país que podem estar contidas em alimentos, como mel, frutas, certos tipos de queijo, bacalhau, além de sementes e outros produtos de ingresso proibido no Brasil ou de entrada controlada. Carlos César Floriano explica que, “Muitos deles são trazidos de forma irregular nas bagagens de passageiros que retornam ao país após viagens internacionais”.
Os cães são mais um elemento de segurança para a defesa agropecuária do Brasil, principalmente no sentido de barrar a entrada de fatores de risco para a agropecuária brasileira. Representa um trabalho eficiente, moderno e que permite ganho de produtividade.
Seleção e treinamento
Para ser um cão farejador, não há uma raça específica e o animal dever ter entre 9 e 24 meses de idade. Ao chegar à equipe, os cães participam de processo de socialização nas áreas de atuação sejam elas aeroporto, rodovias e locais com trânsito de pessoas.
O treinamento para a detecção dos odores em si se dá ao longo de um período de três a nove meses, de acordo com o local de atuação do cão e do tipo de odor a ser identificado. “Ao final do treinamento, o cão sinalizará caso seja identificado algum odor, sentando ou deitando”, diz Carlos César Floriano.
Todo o treinamento é baseado em brincadeira a partir da bolinha, que é a recompensa utilizada no curso, associando o encontro do item odorante com a bolinha, que é o brinquedo do cão.
A rotina de treinamento dos cães farejadores é diária e começa com a limpeza dos canis e análise clínica do animal. Os cães, então, seguem em viatura seja para o aeroporto ou local de simulação de fronteira para que se treine o olfato com os odores alvos. Após o almoço e descanso, o treino é repetido no período da tarde.
Em alguns dias, o treinamento é focado em socialização com passeios para adaptação ao local de trabalho e o convívio com pessoas em locais de grande circulação. Nas noites em que não há operação de fato no aeroporto, com a chegada de voos internacionais, os animais descansam.
“Atuantes mundialmente, os cães farejadores são uma ferramenta ágil, versátil e de grande mobilidade e sensibilidade para auxiliar nos trabalhos de fiscalização agropecuária”, comenta Carlos César Floriano.