Brasil deve bater recorde de produção de grãos
Volume de 315,8 milhões de toneladas na safra 2022-2023 é 16% maior que na última colheita
O Brasil deverá bater recorde de produção de grãos na safra 2022-2023. É o que evidencia o 9º Levantamento de Safra de Grãos, documento elaborado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Dados do relatório mostram que os produtores brasileiros deverão colher 315,8 milhões de toneladas de grãos. O estudo foi divulgado na última terça-feira (13).
Se confirmada a nova estimativa, haverá crescimento de 15,8% se comparado com a safra anterior, o que representa 43,2 milhões de toneladas a mais que o ciclo passado. De acordo com o documento, a área destinada ao plantio registra aumento de 4,8% em comparação ao ciclo 2021/22, sendo estimada em 78,1 milhões de hectares.
Em dezembro de 2022, a Conab havia anunciado que a estimativa da produção brasileira de grãos na safra 2022/23 previa 312,2 milhões de toneladas. Esse volume já superaria em 15%, ou seja, 40,8 milhões de toneladas, a colheita da safra 2021/22, que havia registrado 270,9 milhões de toneladas de grãos. A projeção anterior, divulgada em novembro, anunciava 313 milhões de toneladas.
“Esta estimativa marca um recorde na produção de grãos no nosso País, reafirmando o campo agrícola como um setor fundamental para o desenvolvimento brasileiro. Vamos manter e aprimorar o trabalho de inteligência da Conab, focado na agricultura brasileira”, disse ao portal da Conab Edegar Pretto.
A produção de soja apresentou o maior crescimento da safra, que, conforme consta no documento, está 99,9% da área semeada, “colheita praticamente finalizada”. A previsão é a de que o produto chegue à produção de 155,7 milhões de toneladas, resultado superior ao da temporada passada em 24%, porcentagem que significa 30,2 milhões de toneladas a mais que no último ciclo.
O principal produtor é o Mato Grosso, Estado em que houve novo recorde para a safra de soja, com estimativa de produção de 45,6 milhões de toneladas. Em seguida aparece a Bahia, com 4.000 quilos por hectare. “Nos dois casos, o resultado é reflexo do bom pacote tecnológico e condições climáticas favoráveis neste ciclo”, acrescenta Fabiano Vasconcellos, gerente de acompanhamento de safras da Conab.
Outro importante produto da safra, o milho também tem previsão de recorde na colheita. Conforme o levantamento, a previsão é de 125,7 milhões de toneladas do grão, “somadas as três safras do cereal ao longo do ciclo”, volume 11,1% maior que o registrado na safra anterior, porcentagem correspondente a 12,6 milhões de toneladas a mais.
“Na primeira safra do grão, a colheita está quase finalizada, com uma produção de 27,1 milhões de toneladas. Já para a segunda safra, em fase inicial de colheita, estima-se uma produção de 96,3 milhões de toneladas”, informa o texto no site.
Já para o algodão, a Conab estima colheita de 2,98 milhões de toneladas apenas da pluma. “As lavouras apresentam um bom desenvolvimento, e predominam os estádios de formação de maçãs e maturação, com a colheita já iniciada em áreas da Bahia e Mato Grosso do Sul”, complementa a nota.
Em relação a arroz, feijão e trigo, ainda conforme o relatório da companhia, a previsão para o primeiro é a de que sejam colhidas 10 milhões de toneladas na atual safra. O segundo tem previsão de 3 milhões de toneladas somando-se as três safras da leguminosa. E, por fim, o trigo, considerado pela companhia como cultura de inverno, tem previsão de produção de 9,8 milhões de toneladas, 9,7% acima da última safra.
MERCADO
As projeções para vendas internacionais da safra 2022-2023 foram mantidas estáveis pela Conab para os principais produtos analisados. Isso faz com que, ainda segundo a companhia, seja esperado volume recorde de vendas para o Exterior de milho e soja, com embarque em torno de 95,6 milhões de toneladas para a oleaginosa e 48 milhões de toneladas para o cereal.
“No entanto, ainda é preciso estar atento a alguns importantes fatores externos como a safra norte-americana, que ainda pode ser impactada por questões climáticas, bem como a demanda do mercado chinês, a possibilidade de uma recessão mundial, entre outros fatores que afetam os preços e a demanda dos produtos”, alerta Allan Silveira, gerente de estudos econômicos, estatísticos e política agrícola da Conab.