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O impacto do metaverso nas relações humanas

Desde que sua criação foi anunciada, o metaverso tem levantado diversas dúvidas, discussões e certo receio, como tudo que é novidade. Considerado por alguns como a “nova internet”, por outros como uma “nova realidade”, trata-se na verdade de uma nova etapa das inovações tecnológicas que temos presenciado nos últimos anos, o passo seguinte a toda revolução que as redes sociais trouxeram à nossa vida, à maneira como nos comunicamos, nos posicionamos e nos relacionamos digitalmente uns com os outros.
Analisando o poder de transformação que essas últimas ferramentas nos trouxeram, fica nítido que para o metaverso não podemos esperar algo muito diferente: sim, ele impactará as relações humanas em igual ou superior nível que as redes e demais aplicativos já apresentados até hoje. Até porque, atualmente, a tecnologia está muito mais avançada do que a nossa inteligência emocional e é nisso que temos que nos atentar quando pensamos nos impactos às relações humanas causadas pelo metaverso ou qualquer outra plataforma que venha a surgir nos próximos anos.
Nesse sentido, da mesma forma que aconteceu com outras redes e plataformas, podemos esperar não um choque, e sim, mudanças gradativas, à medida que pouco a pouco ele passe a ser adotado pelas pessoas. Primeiramente por que ele ainda não está e nem estará acessível a todos – visto que mais de 30% da população mundial sequer tem acesso à internet, de acordo com dados da União Internacional de Telecomunicações – e mais do que isso, exigirá um certo direcionamento financeiro para adquirir todas as ferramentas para seu ingresso, como os óculos de realidade aumentada; um investimento que foge do alcance de boa parte das pessoas.
Entretanto, a proposta de uma vida digital é, sem dúvida, bastante interessante. Principalmente quando olhamos sob a ótica dos benefícios que ela pode nos trazer. Possibilidades como a de estar ou visitar lugares que hoje não temos acesso, participar de encontros à distância de maneira holográfica, encurtarmos a saudade daqueles que moram longe, participar de eventos em localidades diferentes em um curtíssimo espaço de tempo e muito mais.
Uma realidade paralela?
A questão aqui vai um pouco além. O metaverso será apenas uma nova plataforma, nossa vida biológica continua e não será substituída por essa “realidade paralela”. Aliás, há quem concorde que essa terminologia de realidade paralela seja apenas uma denominação, afinal, a realidade é aqui e agora, é o que vivemos na pele, é o que sentimos, é de fato quem somos. Sim, poderemos entrar no metaverso com a imagem que determinarmos, optar por uma outra cor de pele, de cabelo, de estilo, mas nosso ser continua o mesmo.
E é nesse sentido que o metaverso pode influenciar as relações humanas, inclusive como já vemos acontecer hoje em dia – quem nunca forçou um sorriso, usou um filtro ou se disse extremamente feliz em uma postagem, quando tudo, na verdade, era totalmente o contrário? Não existirá a possibilidade de sermos, em essência, outra pessoa na vida digital. Acima de tudo, isso é uma questão neurológica, pois não é possível termos duas personalidades, a menos que passarmos a desenvolver algum distúrbio em termos de saúde mental. O conceito de realidade paralela deixa de existir a partir do momento que percebemos que se trata de uma coisa só, vida bio e digital estarão mais entrelaçadas do que nunca. Ao tirarmos os óculos, estamos de volta e, então, se criarmos outra personalidade, com qual “eu” ficaremos?
Talvez um dos maiores receios e cuidados que devemos ter com a chegada dessa nova plataforma é a maturidade das pessoas que irão utilizá-la. Hoje, nas redes, não vemos isso acontecer de forma equilibrada, infelizmente as pessoas se destroem. Basta observar aqueles que têm uma grande exposição nas redes e que recebem muito mais deslikes do que likes, vindo de perfis pessoais carregados de absoluta imaturidade. Esses que recebem as críticas acabam ficando doentes porque também não têm a maturidade necessária para separar.
Autoconhecimento, um trabalho que requer urgência
Por isso, para estarmos preparados para essa inovação, nunca foi tão importante trabalharmos o autoconhecimento. Uma jornada profunda e sincera, que nos permite entender quem realmente somos, para onde vamos, qual o nosso propósito de vida, o que esperamos dessa vivência. Ainda que construamos um avatar de outro gênero ou classe social, sempre levaremos nossas crenças porque é nossa essência que o direciona. É nosso sistema nervoso e emocional que sentirá as cargas de excitação, ansiedade, alegria, afinal, sentir é completamente biológico. E é nesse sentido que a “realidade paralela” influencia a vida bio, sim, mas nunca poderá ser tratada literalmente como uma realidade.
A proposta aqui é fazer uma verdadeira análise dos nossos comportamentos e colocar em prática quem realmente somos, nos portando da maneira mais valiosa que pudermos. Precisamos inovar além da tecnologia para estarmos preparados emocionalmente, ficarmos de igual para igual mediante esses avanços e darmos sentido a todas as contribuições que as inovações tecnológicas vertem ao nosso favor.
Por Heloísa Capelas

Sobre Heloísa Capelas
Heloísa Capelas é reconhecida como uma das mais brilhantes especialistas em Autoconhecimento e Inteligência Emocional do país. Autora best-seller, palestrante e empresária, é mentora de líderes e ministra treinamentos para profissionais que buscam evolução na vida e carreira. É criadora do Universo do Autoconhecimento, plataforma de cursos on-line, e considerada uma das maiores autoridades para aplicação do Processo Hoffman no mundo. CEO do Centro Hoffman, sua mais recente obra é “Inovação Emocional”, seguida de “Perdão, a Revolução que falta” e “O Mapa da Felicidade”.

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